A crise do novo coronavírus (Covid-19) transformou 2020 em um ano totalmente desafiador e atípico, em todos os sentidos. Além das internações e mortes, medidas de isolamentos adotadas pelos governos, impactos econômicos e nas mudanças do comportamento de parte da população; este ano também é considerado um dos piores em termos de segurança digital na pandemia.
Isso é o que indica o relatório “2020 Business Threat Landscape”, da empresa de segurança Bitdefender, que mostrou que, não foram apenas as pessoas que foram pegas desprevenidas ao terem que trabalhar de casa; metade das empresas também se mostraram despreparadas, com baixa soluções de segurança digital na pandemia, deixando-os vulneráveis ao se adaptar ao home office.
Segundo os dados do relatório, cerca de 47% de todos os ataques relatados em nível de rede, exploram protocolos de compartilhamento de arquivos e portas seriais. Além disso, de quatro em cada dez e-mails mencionando o novo coronavírus (Covid-19) são fraude, phishing ou malware.
o CTO da Bitdefender, Bogdan Dumitru, afirma que: “A pandemia pode ter sido uma doença respiratória que afetou pessoas em todo o mundo, mas também prejudicou a maneira como as organizações e negócios conduziam suas operações normais”.
De acordo com o mapa de calor, os cibercriminosos exploraram as notícias referente a evolução da pandemia de covid-19, em países específicos, ajustando dessa maneira as suas mensagens, para assim tirar proveito do medo causado pelo surto.
Falta de investimento em segurança digital deixou empresas vulneráveis
Infelizmente, a falta de investimento e planejamento antecipado sobre segurança digital, deixou diversas empresas abertas a vulnerabilidades na pandemia, e isto até mesmo em níveis mais simples.
93% dos fatores de risco humano, envolveram funcionários utilizando senhas antigas. Vale mencionar que, o primeiro semestre de 2020, quando boa parte do mundo estava no auge de medidas de isolamento, houve um aumento de 46% em relação a incidentes suspeitos de “Internet das Coisas” em residências.
O relatório do Bitdefender também mostrou que, parte desses problemas de segurança digital na pandemia, poderiam ser evitados ou resolvidos há muito tempo. Isto porque dois terços (64%) de todas as vulnerabilidades não corrigidas relatadas, são referente a falhas de segurança detectadas antes de 2018. E dentre as áreas mais afetadas, estão os serviços financeiros e de saúde.
“Embora as vulnerabilidades nos produtos da Microsoft sejam responsáveis pela maior parte das tentativas de exploração (88%), cibercriminosos também podem explorar vulnerabilidades em softwares de gerenciamento de dispositivos de nível empresarial, ferramentas populares de análise de rede usadas por profissionais de segurança, editores de texto e código-fonte e até mesmo softwares populares de reprodução de mídia”, detalha o relatório.
Empresas devem investir em segurança digital o quanto antes
Diversos oportunistas aproveitaram o momento de dúvidas na implantação da força de trabalho remota para agirem, dado a vulnerabilidade da segurança digital na pandemia. Os cibercriminosos utilizaram táticas e técnicas avançadas, para assim terem maior facilidade para invadir empresas e instituições,
O relatório da Bitdefender denomina tais agentes – que utilizam técnicas avançadas – de “hackers de aluguel”, que oferecem os seus serviços para visar organizações ou setores específicos.
A empresa de segurança faz um alerta, e comenta que: “A pandemia fez com que as infraestruturas da empresa fossem redesenhadas e suportassem trabalho remoto indefinido, mas as mudanças noturnas feitas nas políticas e configurações, provavelmente abriram novos vetores de ataque que os agentes de ameaças poderiam explorar no longo prazo”.
Certamente, o futuro da segurança digital na pandemia não é uma das melhores. Os pesquisadores da Bitdefender acreditam que, o ano de 2020 tenha sido apenas um catalisador para as mudanças que seguirão ao longo do ano que vem, à medida que as empresas buscam lidar com o “novo normal”.
“De pontos cegos de infraestrutura causados pela rápida transição, para um regime de trabalho em casa, para funcionários que enfrentam mais riscos do que nunca e o surgimento de hackers de aluguel, 2020 provavelmente serve como uma prévia do que as empresas devem esperar nos próximos 12 meses”.
Fonte: Olhar Digital
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