Tendo em vista o aumento no número de casos e de óbitos em decorrência da Covid-19, bem como o alto índice da capacidade das UTI’s, o estado de São Paulo entrará na Fase Vermelha a partir deste próximo sábado (06/03). A medida foi anunciada em coletiva de imprensa, realizada na quarta-feira (03/03) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Segundo o governo, a fase vermelha no estado de SP deverá durar 14 dias, permanecendo do dia 06 a 19 de Março.
Dessa maneira, todo o comércio deverá fechar durante este período, mantendo em funcionamento apenas os serviços considerados essenciais, como; abastecimento e logística, construção civil, comunicação social, educação, farmácias e hospitais, mercados e padarias, postos de combustíveis, transporte coletivo e segurança pública. Vale destacar que os restaurantes só poderão operar em formato de Delivery.
De acordo com o governador de São Paulo – João Doria, as próximas duas semanas serão as piores desde o começo da pandemia no estado.
“Estamos à beira de um colapso na saúde, em São Paulo e no Brasil. (…) Não é só o problema de um governo negacionista, mas também de parte da população, que se expõe desnecessariamente ao risco de perder sua vida e estimular que outras pessoas a percam também”, afirmou Doria.
“O objetivo é reduzir a velocidade de transmissão do vírus. São medidas duras e que requerem a participação de toda a sociedade”, completou Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19.
Aumento na ocupação de leitos hospitalares gera preocupações para o governo de SP
Apenas na terça-feira (02/03), o estado de São Paulo registrou, infelizmente, o seu recorde de mortes pela Covid-19. No total, foram 468 óbitos registrados em 24 horas.
O estado também atingiu o recorde de ocupação de leitos hospitalares para o tratamento da Covid-19, com 75,3% de ocupação nas unidades de terapia intensiva (UTI). Na cidade, o percentual é de 76,7%. Tais números fizeram com que o governo adotasse a fase vermelha no Estado de SP, a fim de evitar o aumento no percentual.
Segundo os dados do governo, há 7.415 pessoas internadas em UTI devido ao novo coronavírus, alta de 18,6% em relação ao ano passado, no pico da primeira onda (6.250). Na segunda-feira passada (22/02), já havia 6.410 pacientes ocupando os leitos de UTI.
O secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn, ressaltou que a média de internações diárias está sendo em 100 pacientes nos últimos dez dias.
Além disso, o secretário também informou que, no ano passado, na primeira onda, mais de 80% dos pacientes internados eram idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas (comorbidades). No entanto, nesta segunda onda, cerca de 60% dos internados são pessoas jovens, entre 30 a 50 anos de idade, com muitos não tendo doenças prévias.
“O aumento de pessoas internadas é superior ao de novas internações. Internamos pessoas de faixa etária mais baixa, que conseguem resistir mais ao vírus. Por consequência, ficam mais tempo internadas. Os leitos não rodam na mesma velocidade de antes, acumulando pacientes. É um fenômeno que ocorre não só em São Paulo, mas em todo o Brasil. Isso está levando ao colapso na saúde”, afirmou Gorinchteyn.
Para contornar esta situação, o estado abrirá mais 500 novos leitos para a Covid-19, sendo 339 deles de UTIs. A partir do dia 08/03 já estarão ativos os leitos, o que representa alta de 143% na oferta de UTIs para Covid-19. O estado de São Paulo chegará a 8.839 unidades de terapia intensiva no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: InfoMoney
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