O impacto da crise gerada pelo novo coronavírus (covid-19) fez com que metade dos brasileiros ficassem com a renda mais apertada neste período, revela pesquisa. Dados divulgados pelo EXAME/IDEIA indicam que, 59% dos entrevistados afirmaram que o custo de vida durante a pandemia aumentou. E grande parte desse aumento foi ocasionada por itens da cesta básica, como o arroz e o feijão, que subiram cerca de 20%.
Vale ainda destacar que, além das altas dos preços nos itens de cesta básica, outro fator que elevou o custo de vida durante a pandemia foi relacionada às reduções nos salários, ou até mesmo daqueles que perderam os empregos. Entre os trabalhadores informais, cerca de 40% pararam de trabalhar no segundo trimestre de 2020.
Tais dados sobre o custo de vida durante a pandemia fazem parte da mais recente pesquisa exclusiva do EXAME/IDEIA, projeto que une o Exame Research, braço de análise de investimento da EXAME, e o IDEIA, um instituto de pesquisa especializado em opinião pública.
Para compor os dados, o levantamento foi realizado por telefone, com 1.200 pessoas, entre os dias 2 e 5 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Dados da pesquisa sobre custo de vida durante a pandemia
Em relação às regiões em que mais sentiu o custo de vida durante a pandemia aumentar, temos; Centro-Oeste com cerca de (75%); Sul, com (69%); Sudeste, (60%); Norte (56%), e Nordeste (48%), sendo a região em que menos sentiu os impactos da covid-19 na economia.
Em relação às classes sociais afetadas, as pessoas mais pobres tiveram a situação pior. Dentre os entrevistados, as classes D/E, compondo 62%, afirmaram que ficou mais caro viver. Já na classe C, a parcela é de 58%. Nas classes A/B, 60% informaram aumento do custo de vida.
A pesquisa realizada pelo EXAME/IDEIA também buscou identificar quais gastos foram os mais impactantes no orçamento familiar. Dentre as afirmações, o pagamento de contas básicas de casa, como; gás, telefone, água e luz, comprometeu a renda de 83% entrevistados. Já em segundo lugar, ficaram os alimentos, com 76%, seguido do pagamento de cartão de crédito, com 45%. Vale destacar que, neste questionamento, era possível assinalar mais de uma opção de resposta.
No entanto, apesar do custo de vida durante a pandemia ter aumentado, há otimismo sobre o futuro na pós covid-19. Isto porque, de acordo com os entrevistados, cerca de 50% acreditam que a situação financeira da família irá melhorar daqui a um período de 6 meses.
No entanto, referente ao otimismo sobre a economia brasileira, há uma divisão quanto a opinião sobre a perspectiva de melhora para o ano de 2021; 31% informaram que a economia estará melhor, contra 33% afirmando que não irá melhorar, e 33% acreditando que a economia estará pior que atualmente.
Pandemia grave, mas sob controle
Além das informações sobre o custo de vida durante a pandemia, a pesquisa também buscou saber o que os brasileiros pensam sobre a situação atual da crise de covid-19.
Para 43% dos entrevistados, a situação no país está grave, mas sob controle. E entre os mais otimistas, 18% delas acreditam que o país já passou pelo pior, e a tendência agora é melhorar. No entanto, 36% acham que a situação deverá piorar ainda mais em breve.
Isto porque, uma possível segunda onda não é descartada por autoridades de saúde, e medidas mais severas, como a volta de um confinamento mais amplo, adotado no início da pandemia, não estão descartadas.
Fonte: Exame.com
Confira outros assuntos que possam ser de seu interesse: