De acordo com o estudo realizado pela Capgemini (empresa francesa de consultoria e tecnologia), os consumidores estão mais cautelosos nas compras de fim de ano na pandemia. O estudo mostrou que, cerca de 38% dos entrevistados revelaram que vêm gastando menos, em comparação ao mesmo período de 2019.
A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de Novembro a 2 de Dezembro, entrevistando mais de 7.543 mil pessoas nos Estados Unidos e também de outros países da Europa, como Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, Holanda, Finlândia, Suécia, Noruega e Dinarmarca).
Apesar de haver uma diminuição nas despesas referentes às compras de fim de ano na pandemia, os dados mostraram uma perspectiva positiva no cenário do varejo pós covid.
Cautela nos gastos
Para os varejistas, a diminuição dos gastos com as compras é decepcionante, visto que cerca de 45% dos varejistas esperavam que as vendas aumentassem nesse período.
Apesar dessa diminuição, os varejistas afirmaram que estavam menos confiantes para prever, com precisão, os padrões de vendas relacionados às compras de fim de ano na pandemia.
O estudo mostrou que a confiança neste aspecto caiu para 39%, em comparação com o ano passado, que foi 55%.
Diversos fatores ocasionaram a queda dos gastos, segundo as análises proporcionadas pela pesquisa. Cerca de 24% das pessoas afirmaram que o motivo foi a diminuição da renda disponível; enquanto 20% delas estão comprando uma quantidade menor de presentes porque estão vendo menos membros da família.
Além disso, as restrições do comércio em alguns lugares ainda estão em vigor por conta do aumento no número de casos de covid-19, impedindo que 22% dos consumidores frequentem as lojas físicas.
Da mesma maneira que os consumidores estão diminuindo as compras de fim de ano na pandemia, estes mesmos fatores também interferem nos tipos de produtos que eles estão adquirindo; os itens considerados essenciais para a temporada de festas de fim de ano, representam um total de 48%. Para outros, a prioridade reside nos vestuários (36%); Produtos de beleza e cuidados pessoais (21%) e itens elétricos (21%).
Isso claramente nos mostra que os consumidores estão mais cautelosos com suas economias, sendo mais prudentes. No entanto, isso não significa que não estejam comprando.
Um em cada 3 entrevistados (32%) afirmaram que os descontos foram um dos fatores mais decisivos para adquirir um produto. Já outros 35% realizaram as compras de produtos necessários, enquanto outros 29% adquiriram algo fora do planejado, para aproveitar os descontos dos produtos. Vale destacar que, as opções com frete grátis fizeram sucesso entre 58% dos entrevistados.
Compras on-line durante a pandemia
Mesmo com a diminuição de gastos e também das compras de fim de ano na pandemia, o estudo identificou que os novos formatos de comercialização de produtos – como os e-commerce – continuam ganhando força e se tornando uma tendência cada vez mais adotada. Entre os entrevistados, 48% afirmaram que realizaram mais compras on-line neste período do que jamais haviam feito anteriormente.
Além disso, 26% nunca haviam comprado online antes da pandemia de Covid-19, e 45% afirmaram se sentir confortáveis com esse formato. Outros 48% dos entrevistados também comentaram que iriam realizar mais compras online no futuro. Os bens produzidos localmente também parecem ter ganhado mais importância, visto que 24% deu preferência à produção local, em relação aos anos anteriores.
A pesquisa também identificou que 63% dos consumidores desejam voltar aos antigos hábitos de compras no pós-pandemia, pois as lojas físicas fazem falta para esses 59% dos entrevistados.
Após a pandemia cessar, 60% dos consumidores esperam que as inovações tecnológicas trazidas pela crise continuem, como; quiosques de autoatendimento e pagamento sem contato, pois a partir dessa inovação, 44% passaram a frequentar mais as lojas
Criatividade e inovação no varejo
Segundo Tim Bridges, chefe global de bens de consumo e varejo da Capgemini, afirmou que houve muita criatividade e inovação no setor de varejo, visto que o estudo mostrou que tanto os consumidores quanto os varejistas se adaptaram rapidamente à preferência ou necessidade das compras presenciais.
“Noventa e três por cento dos varejistas tomaram medidas deliberadas para reforçar sua oferta on-line, e um em cada cinco introduziu novas experiências de compra virtual”, comenta Bridges.
O estudo mostrou que, os consumidores têm uma ligação com o varejo físico, e assim que a pandemia passar e os locais serem considerados seguros, voltarão a consumir por este meio. No entanto, com adaptação ao comércio pela internet para um novo público, Bridges comenta que; “os varejistas ainda devem continuar a inovar e a evoluir para criar experiências para os consumidores que se sintam seguros, seja online, seja na loja”.
Fonte: Metrópoles
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